segunda-feira, 23 de maio de 2011

Desabafo Sincero de uma Mente Fatigada

Primeiramente, gostaria de dizer que não, não sou o aluno perfeito. Não sou o aluno que eu gostaria de ter. Eu falto, levo tudo nas coxas, converso, uso Twitter e vejo e-mail durante as aulas, presto mais atenção na boniteza do chão da sala do que nas palavras dos professores, não leio textos e, quando leio, leio do que chamo de ‘daquele jeito’ – ou seja, leio a introdução e a conclusão e alguns parágrafos do meio para ter uma ideia geral sobre o tema (que, na maioria das vezes, não me interessa). Esse sou eu como aluno. Contudo, tenho 22 anos e responsabilidade suficiente para saber quando eu posso fazer isso, quando uma matéria é importante pro que eu quero para mim, ou quando o professor e suas avaliações me permitem fazê-lo. Por exemplo, não entrei na faculdade de Letras para estudar Literatura; gosto de ler e só, estudar mais profundamente nunca me interessou (“o que será que o autor quis dizer com aquilo?” Blerg!). Logo, eu fiz a maior parte das matérias relacionadas ao assunto de qualquer jeito. Mais faltava que ia, chegava atrasado, não lia os livros (os resumos da internet eram tão mais interessantes e faziam a obra mais legal que a leitura da mesma – um efeito meio Senhor dos Anéis...). Porém, de vez em quando, sentia que precisava estudar, ler os textos e etc, porque o professor realmente cobraria aquilo. Faltar certas aulas de Literatura era praticamente pedir para ser reprovado. Não porque os professores cobravam presença; não, porque as aulas deles eram importantes pro que cobrariam depois. Aí que começa meu desabafo: cobrança de presença.

Já trabalhei em um lugar que me cobrava marcação de falta dos alunos. Nunca fiz isso. Pelo simples motivo de SEMPRE discordar disso quando se tratam de adultos. Com criança, é complicado; às vezes, a criança falta e o pai não sabe, essas coisas. De criança eu cobro presença. Agora, de adulto? Jamais. Cada um ali era, ou deveria ser, responsável o suficiente para saber se podia faltar ou não, se tinha condições de acompanhar faltando e etc. Tinha aluno que só aparecia em dia de prova. Se ele tirasse o mínimo para passar, passaria, se não, como qualquer outro aluno, seria reprovado, não pelas faltas, mas pela nota. Se o aluno tinha nota para passar, eu passava ele, independente de quantas vezes ele tivesse comparecido à aula. Se um aluno tira nota boa mesmo faltando mais do que ‘deveria’, das três uma: ou ele já sabia aquilo e, bom, pra que prender o cara ali?; ou ele é muito bom e os estudos em casa fizeram efeito e, novamente, pra que prender ele ali?; ou ele confirma que o que cobro no fim do período é tão vazio que o que ensino é irrelevante. Pra mim, quem cobra presença acredita na última opção. Gosto de pensar que os alunos podem aprender mais sozinhos do que comigo – prefiro um aluno que estude em casa depois de faltar muito e tire uma nota boa do que um aluno que vai todo dia e não absorve nada do que digo. Ainda, o que é mais respeitável: alguém faltar e tirar uma boa nota ou alguém ir de má vontade para uma aula que nada lhe acrescenta apenas por causa da megalomania dos professores universitários? Pois é.

Não reclamo disso no Bacharelado – por pior que tenha sido, poucos professores cobravam presença religiosa às aulas –, refiro-me, na reclamação, à estupendamente hipócrita Faculdade de Educação. A mesma hipocrisia com a qual me comparei quando cheguei na Letras sobre o seguimento ou não de regras gramaticais e a inexistência do chamado ‘erro’ eu encontro agora na Licenciatura. Não que eu esperasse diferente, claro. Entretanto, é revoltante ver os professores, que falam tão bem das novas políticas de ensino, novos métodos e maneiras de dar aula, quase demonizando a tradição escolar na qual fui educado, utilizando métodos escassos para nos ensinar, ignorando, por exemplo, a disposição de mesas e cadeiras que eles sugerem para nossas próprias aulas. Como um professor que diz que o que importa ao fim não são avaliações e provas, mas sim o que o aluno aprendeu ao longo do processo tem coragem de cobrar presença? Eu não posso ter aprendido sozinho, lido em casa, estudado de outra forma que não por ele? Ele é tão magnânimo e supremo assim que todo conhecimento que eu venha a adquirir sobre o assunto terá partido única e exclusivamente dele?

Todo esse desabafo vem do fato de eu precisar não ir mais às aulas da Licenciatura por conta de um estágio – na área em que eu sempre sonhei trabalhar e que era minha meta original quando comecei a fazer Letras. Cheguei hoje para uma professora – de Didática, olha que coisa – que segue os módulos de aula que citei acima e expliquei tudo para ela; me ofereci a fazer trabalhos extras, quantos fossem – mesmo já tendo nota para passar –, porque não queria perder o semestre (aliás, não aturei 3 meses de aula com ela à toa) e, porque, a bem de verdade, acho importante ter uma opção ao simples Bacharelado na minha vida caso nada dê certo. A resposta dela para todos os meus pedidos e opções: “O curso é presencial”. Mais uma vez, a Licenciatura se torna um fardo na minha vida e não me restará outra opção senão refazer a matéria semestre que vem e rezar para que pelos menos os outros dois professores com os quais tenho aula entendam minha posição.

quinta-feira, 31 de dezembro de 2009

Do fim (do ano)


Começo o post de hoje (o próximo só em 2010, hein K K K*) com uma reflexão sobre o título do mesmo. Penso por vezes que o título mais apropriado não seria "Posto quando der", mas "Posto quando me lembrar que tenho um blog". Ainda assim, o título seria mentiroso, uma vez que meia dúzia de fãs incondicionais deste blog de muito sucesso me lembram da existência dele assim... semanalmente. Enfim.

O fim é uma das partes mais peculiares e previsíveis do ano. Não só pela certeza de que ele acabará (risos), mas também pelo comportamento das pessoas (e ignorarei aqui aqueles óculos ridículos com 2000, 2001, 2002, etc já que esse ano não vai ter isso, thanks God). Aí tu diz "ah, natal também é tudo igual". ó, nem é. Pode parecer igual, mas sempre muda alguma coisa. Aquela criança que cresce e não coloca mais o sapatinho na janela, a tia que esse ano te deu meias ao invés das cuecas de sempre, aquela criança reclamando que preferia ganhar um brinquedo, o pré-adolescente que tenta esconder a alegria de ganhar um brinquedo dizendo que não é mais criança. Fora que sempre tem um pra tentar um prato novo no dia da ceia de natal, aí fica aquele prato lá intocado, todo mundo fingindo que não viu pra disfarçar o climão. Mas fim de ano, não.

A família toda de branco (dois ou três de amarelo pra "atrair dinheiro"), aquela lentilhinha pra atrair dinheiro, as sete ondinhas (se você não mora em lugar de praia, insira aqui sua tradição) para trazer muita luz luz luz e dinheiro, aquele bando de gente com barquinhos para Iemanjá para iluminar o novo ano que se abre. No resumo, aquele bando de superstição pra trazer muita alegria, paz, properidade, amor (#solteiricefacts) e dinheiro. Vem cá, adianta?

Se metade das simpatias de fim de ano funcionassem, as pessoas certamente seriam bem mais felizes durante o ano e, principalmente, não reclamariam da falta de dinheiro. O mais legal é que nego faz as mesmas tradições todo ano e nunca funcionam. Aí, quando uma vez na vida, ganham uma mariola mofada na rifa do barzinho da esquina vibram e pensam "Ai, ainda bem que fiz aquela promessa dia 31 (sim, normalmente as pessoas esquecem o "de Dezembro", como se só o mês doze tivesse trinta e um dias)" #Eywahasheardyoufeelings

Isso só demonstra a necessidade que as pessoas sentem em se apegar a ações. Tipo, para maioria das pessoas não basta apenas acreditar e torcer pro ano novo ser bom e tal, elas necessitam de um ato que possa servir de gatilho pras coisas que, inevitavelmente, virão (ou não, hein), como se única e exclusivamente o fato de elas fazerem aquilo fosse trazer algo de positivo para vida delas, como se elas estivessem fadadas a vagar na escuridão dos tempos se não colocassem aquele branquinho-básico para ver o Show da Virada na globo. De certa forma, é até triste pensar assim.

Bom, por esse ano é isso pessoal, agora eu tenho que ir lá que a lentilha tá quase pronta...


*Não podia deixar de fazer uma das muitas piadinhas toscas de fim de ano que aquele seu tio bêbado provavelmente fará.

sábado, 21 de novembro de 2009

Do Inferno na Terra


Vejam vocês o que é a vida. Aqui estava eu, tranquilo e com a normal falta de perspectiva para o feriadão que se aproximava, quando de repente sou abordado para um convite que, há primeira vista, não seria tão ruim: ir ao cinema. O filme? Lua Nova. OPA. Paremos para pensar. O primeiro filme já foi lá grandes coisas (eufemismo que eu normalmente uso para "merda gigantesca"), o li o segundo o livro e a história consegue a proeza de ser pior que a do primeiro (bom, considerando que o primeiro livro, digo, nenhum dos quatro livros preza por uma história muito concisa, daí vocês tiram). Mas, bom, bora ver, né. Já vi tanta coisa pior no cinema (Oi, Zohan). Aí, chegamos a parte que eu mais gostaria se essa fosse a história da vida de outra pessoa da qual eu poderia rir adoidado: o horário. O horário do barco de Caronte? Sessão de pré-estreia à meia-noite de quinta. O-PA. Paremos pra pensar de novo. Eu já fui em estreias movimentadas, como a de HP5 em que um grupo de crianças mongoloides estavam vestidas de bruxo gritando feitiços para todos os lados (algumas das pessoas tinham seus 15, 16, 17...20 e tantos -O_O- anos, mas eu não consigo dotar de maturidade alguém que faz isso, portanto, grupo de crianças mesmo rs). Algo poderia ser pior que isso? Eu, no auge da minha inocência, imaginei que não.

Antes de voltarmos ao texto em si e ao que realmente interessa, algumas coisas precisam ser ressaltadas. Primeiro, eu estava lá a 'trabalho', já que o convite tinha vindo do meu colega de trabalho não-remunerado @arthurmelo para o qual eu deveria escrever um crítica para o filme (que vocês podem ler clicando aqui #momentoTopTherm). De quebra, chamei mais uma pessoa para ir conosco a @giopires - uma das únicas pessoas no ambiente que em breve descreverei que leu todos os livros desta inigualavelmente ruim série de livros e não fez as coisas que em breve lhes narrarei. Terceiro, das seis salas do cinema, as seis estavam preparadas para receber os fãs de Crepúsculo e eu para a mal fadada sessão da meia-noite. Bom, tendo tirado toda minha culpa por ter aceitado tal convite e setando os parâmetros numéricos que servem de base para expressar um dos piores momentos da minha vida, voltemos.

Vocês já devem ter ouvido muitas definições do que seria o inferno. Depois da sessão em que fui obrigado a estar, eu tenho uma nova definição Aurélio para vocês.
Inferno. sm - Grupo de pré-adolescentes hormonizadas e/ou histéricas ao extremo berrando de cinco em cinco minutos sem nenhum motivo que faça sentido ao autor desta obra.
E para que vocês que pensam que o Inferno fica abaixo de nós, enganaram-se também. Ficava no nono andar do shopping. Entramos eu e @giopires às 10 e meia no cinema pra ficarmos sentados, conversando, enquanto a sessão não começava, quando damos de cara com uma cena no mínimo pitoresca: um bando (sim, animal a gente trata por bando mesmo) de meninas de no máximo doze anos (e um menino junto delas, vale frisar) sentados no chão segurando pôsteres de vocês-sabem-o-quê conversando zurrando em altos decibéis na entrada do cinema. De pronto, peguei meu terço fake do bolso e rezei (numa reza também fake) para que aquelas pessoas não estivessem na mesma sessão que eu. Aliás, esse deve ter sido o dia mais religioso do ano para mim, porque assim que olhamos mais a fundo como o cinema estava uma hora e meia antes da sessão, eu devo ter cantado uns 3 aves-maria na cabeça. Não só esse grupo aborígene estava no chão, mas como uns cinco. Não conseguimos ficar 10 minutos lá em cima e descemos para esperar o culpado por tudo chegar: @arthurmelo. Assim que ele chegou subimos de novo e tal qual verme em estado não-latente a praga zurrante tinha se multiplicado e o lugar estava inabitável. Mandei mensagens/liguei para as pessoas para contar o que estava me acontecendo, o safári em que estava 'passeando' (passeio da morte, quem curte), @erikaczb e @Cauee. Gente, mal tinha lugar pra colocar o pé, que dirá sentar. E ainda faltava uma hora praquela droga começar.

Gente, a pior hora da minha vida. Preferia 5 vestibulares seguidos que aquilo de novo. A cada sala que se abria para enjaular as feras era uma onda de gritos, berros, zurros, enfim, de alegria. Uma alegria que eu não compreendo porque OI, você comprou o ingresso do filme, está no cinema e seu lugar é marcado, não tem motivo pra gritar porque a porta se abriu. Mas não, o ritual de passagem se repetiu infinitas seis vezes, cada vez mais forte, cada vez mais vergonhoso. Estava com vergonha. Não com vergonha por aquelas pessoas, porque por elas o sentimento era pena mesmo, mas vergonha de mim mesmo por estar naquilo, e pela possibilidade de ser reconhecido ali. Desculpem-me sou apenas um rapaz latino-americano de 21 anos que tem uma reputação a zelar e que estava em um cinema do seu proprio bairro podendo ser reconhecido inúmeras vezes por pessoas que saiam (assustadas, claro) de outras sessões e davam de cara com a savana africana em forma de gente. Por inúmeras vezes, fui obrigado a me esconder com @giopires atrás daqueles pôsteres de papelão gigantescos para que as pessoas não me vissem. Sim, é triste eu contar isso aqui. Mas seria mais triste ser visto ali.

O inferno poderia ter ficado ainda pior se de fato as cópias legendadas não tivessem chegado a tempo nos cinemas como estavam pintando por aí. Mas pelo menos isso não aconteceu. Aliás, nada de muito interessante aconteceu depois que eu entrei na sala de cinem... OPA. Ia esquecendo o melhor da noite. Um casal na nossa frente subindo as escadas estava conversando sobre um assunto de fundamental importância: urina. Em certo momento, a garota, talvez tentando argumentar sobre sua vontade de ir ao banheiro, proferiu a seguinte frase: "Mas a minha bexiga é menor que a sua!". E isso ela disse gritando, detalhe. Mas tirando a mulher da bexiga diminuta, nada de interessante aconteceu mesmo (nem o próprio filme, né, como já era de se esperar). Graças a minha inteligência em escolher a sala menos lotada para comprar os ingressos e ao fato de a nossa sala não ter sido aberta para venda no dia que as outras foram abertas (inicialmente só duas salas exibiriam o filme à meia-noite e a nossa foi a quarta a abrir, o que provavelmente nos livrou dos berros histéricos e zurros de prazer a cada cena dos atores principais, embora ainda tenha tido risinhos e suspiros, mas nada out of line).

E se você está lendo este post com o dedo coçando pra responder que eu só digo isso porque não sou fã, eu digo: vai tomar no cu. Eu sou fã de Harry Potter (li os livros mais de 4 vezes, a maioria), The Killers, Arctic Monkeys e outras coisas e não reproduzi este tipo de comportamento na estreia dos últimos filmes de HP e nem quando eu estava na fila do Tim Festival '07 esperando os shows do TK e do AM (sendo que, OI, em show nego perde a noção total), sabe por que? Porque sou educado. Gritar desesperado, zurrar, conversar alto, rir com o intuito de chamar a atenção da coleguinha do lado que não tem a sua camisa Team Jacob super trabalhada no Paint não é demonstração do seu fanatismo pela obra e sim demonstração da sua imensa falta de educação e senso. E vai se foder quem não concorda.

Finalizo o post de hoje tendo em mente a certeza que daqui um ano não precisarei dar um UP nisto.

terça-feira, 17 de novembro de 2009

Do esquerdismo de minuto

Primeiro, queria pedir desculpas a todos aqueles que visitaram massiçamente o blog nas últimas semanas e não encontraram nenhuma postagem nova. Desculpa por não fazer um título mais claro pra ele. Dito isso, bola pra frente...

Bom, eu poderia estar falando do apagão que me deixou meio tenso sem poder usar o Twitter e sem poder ver Ídolos (ainda bem que reprisou na quarta, ufa!); eu poderia estar falando de variações de vestidos e vaias em ambiente acadêmico de luxo; eu poderia até mesmo estar falando sobre o novo CD da Lady Gaga ou a estréia de Lua Nova nos cinemas (ou seja, eu podeira conseguir mais leitores); mas não... estou aqui hoje, amigos, para falar de política.



Quem me conhece, deve estar pensando "Meu Deus, mas o Breno odeia política". Sim, odeio. Odeio por ser obrigado a votar em um país que se entende por democrático. Odeio por ser obrigado a ver a cada dois anos políticos mais e mais sujos entrarem no poder e nada mudar. Mas o assunto não é bem esse... Bom, eu já disse que vou falar de política e vocês já leram o título do post. Logo, tudo fica claro.

Acontece que na minha ilustre faculdade está acontecendo este mês a votação para diretor. De um lado, um cara que defende a atual 'gestão' e do outro uma safada desorganizada que quase me acabou com a minha vida #LeonaFacts. Obviamente, não farei aqui nenhum tipo de campanha política porque OI, ninguém que entra aqui é da minha faculdade, mas a nível de exemplificação, acabarei tecendo certos comentários.

Visto de longe e partindo da minha maneira egocêntrica de enxergar as coisas, o candidato do 'governo' é o melhor mesmo. Eu conheço ele? Não. Eu conheço a proposta dele? Menos. Só voto nele (voto secreto, quem curte) porque a outra eu conheço, embora preferisse não ter tido o desprazer. Embora eu não tenha sido o único a ter tido problemas com ela, durante os debates que vem acontecendo na faculdade (hoje foi um deles), venho percebendo uma coisa: muitas pessoas (estudantes principalmente) defendem e apoiam a tal da mulher.

Isso me fez pensar. Não entrava na minha cabeça que qualquer pessoa que tivesse tido aula com uma mulher que não conseguia se organizar pra tomar conta de 30 alunos pudesse achar que ela daria conta de, sei lá, 3000, acho. Até que hoje finalmente um estalo de fez. As pessoas só apoiam a candidata despreparada (pra sentirem, ela errou o nome da própria chapa) porque ela é a oposição.

Chegamos agora no conceito que eu chamo de pseudopoliticagem (coloquei o hífen e tirei). As pessoas não conhecem a proposta dela - ela só foi entregar panfletos de 'propostas' hoje na hora do debate quando o outro já tá fazendo isso faz mais de uma semana -, então o que elas defendem? A mudança. Que mudança? Nem elas vão saber responder. O simples feeling da mudança, seja ela qual for, causa nas pessoas um furor que me impressiona pela inconsistência.

Se eu acho isso errado? Indiferente pra mim. Já falei, não gosto de política. Mas nesse caso particular, que me envolve por questões pessoais, me afeta um pouco e me faz pensar. Ano que vem teremos eleição e me pergunto: quantas pessoas que apoiaram o Lula quatro ou oito anos atrás vão continuar apoiando o PT? O PT agora representa a 'direita', o que está no poder, o que controla. Do outro o PSDB (era esse o partido do FHC, né?) agora é a esquerda. Que irônico, não?

Uma vez vi pessoas dizendo "Sou esquerdista", sem nem, como eu, saber o que quer dizer profundamente. Mas, até onde consta no meu vago conhecimento político, o termo 'esquerda' é tão vago quanto meu conhecimento político, pelo menos na superfície. O que é direita hoje, pode ser esquerda amanhã. E aí, parça, qual vai ser? Trocar de partido ou de visão ou de candidato a cada quatro anos? Como eu disse, inconstante.

Não sei se a pessoa que eu não posso falar o nome (sente o ódio) vai ganhar pra diretora da faculdade. Só sei de duas coisas: primeiro, ela vai estar na minha formatura e eu vou vaiar como fiz nos debates; segundo, ela que aproveite a gestão de quatro anos porque na próxima ela é a direita e aí, no meio dos pseudopolíticos que enchem a faculdade de bostas políticas, ela vai sambar bonito. Espero ser convidado pra ver isso, se não for esse ano.

segunda-feira, 26 de outubro de 2009

Da massificação dos meios¹ de privacidade internética

Acabo de me deparar com um tweet (se nem isso você sabe o que é, parabéns você achou esse blog pelo Google) de uma amiga minha (@erikacbz, beijocas) a seguinte afirmação: "O Twitter chegou num ponto que não posso dizer mais o que penso, senão vou ser jurado de morte". Isso me lembrou o motivo de eu ter feito que, por meses, considerei absurdamente imbecil: bloquear meu próprio twitter pra leituras de outrem.

Criado em 2006, o Twitter começou como a promessa de um espaço internético onde você podia dizer o que queria. Falar mal de professores, mandar os amigos tomar no cu quando ficava com raiva, fofocar sobre o frustrante ambiente de trabalho, escrever o que você estava fazendo como se isso realmente importasse, tudo isso sem a preocupação de ser lido por quem você não poderia ler aquelas coisas sem que você sofresse alguma consequencia no ambiente offline, não por ser altamente privado (lembremos que nada na internet o é para quem souber 'mexer' direitinho, aquele abração hacker pra vocês), mas por ser, ao menos no Brasil no início do ano, desconhecido. Sejamos sinceros, só os nerds de plantão 24hrs na internet sabiam da existência do Twitter até, sei lá, julho/agosto deste ano.

Ah, aquela falsa sensação de liberdade, expressar tudo que queria para seus amigos (claro, você cria um Twitter e chama os BF pra usar com você, porque se fosse pra escrever pra ninguém, que abrisse o word e salvasse depois na pasta "Diario" dos 'Meus Documentos' dando aquela encriptada), não ser lido por seu patrão, amigo menos chegado, pessoas toscas de quem você falava mal, alunos (no meu caso particular), colegas de trabalho e afins. Agora imaginem tudo isso indo por água abaixo quando você, um dia, recebe em seu e-mail a seguinte mensagem "Sr. Souza Silva (vulgo TEU PATRÃO) está te seguindo". Você pensa o que, numa hora dessas? FODEU, um FODEU forte, seguido de exclusões em massa de antigos tweets comprometedores. Menos um assunto que poderá ser tratado de forma 100% sincera no Twitter. E isso se repete quando todos aqueles que você daria o rim pra não saberem ligar um computador passam a te seguir no Twitter.

Não só isso é frustraste no microblog (juro que odeio essa definição). Há também aquilo que concerne aos famosos no Twitter. Tu pensa "Pô, sou fãzaço da Joelma do Calipso (rs), vou seguir ela no Twitter pra ver tudo que ela tá fazendo" (não que eu espere que alguns de vocês seja fãzaço da Joelma e, se forem, façam-me o imenso favor de fechar a janela. Juro que não me chateio). Aí que ferra tudo. Porque, meu amigo, imagina a pessoa mais boçal que você já conheceu. O seu artista favorito seguido no Twitter vai conseguir superar, acredite. Não só superar a boçalidade, como superar a boçalidade achando que tá sendo cool ("Hoje recebi alguns unfollow, hahaha" = SUPER COOL FAIL).

Outra: sabe aqueles amigos que você não vê faz DÉCADAS (não que eu tenha mais de 2 delas de vida) e você segue no twitter pra ser legal? Então, elas vão se provar mais chatas que seu artista favorito e seu patrão juntos. Elas vão encher sua página principal com informações que NÃO TE INTERESSAM, mas você tem que continuar seguindo a pessoa porque, além de ser educado, ela não fez nada de ruim pra você, e parar de segui-la tornaria você no vilão da história.

Não que eu seja contra as pessoas terem acesso à internet e à informação. Nada contra, acho ótimo. Mas não me tirem a porra da privacidade internética. Quero ter o direito de postar o que eu quiser no twitter sem sofrer represálias, quero seguir quem eu quiser, quero não me frustrar com meus artistas favoritos. Pela não orkutização² do Twitter! Leave Twitter ALONE!


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¹ - sim, coloquei no plural mas só falei abertamente de um que é o caso que me frustra. Porém, como não é a primeira nem a última vez que isso acontece com uma nova ferramenta internética, o plural foi escolhido.
² - Lembrando-se que fatos semelhantes ocorrem durante a época de massificação do Orkut. Por isso o termo 'orkutização'.

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Post escrito ao som de: Alphabeat - The Spell album.

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E pra fechar o balão de hoje (que já tá mais que cheio), um beijo na bochecha da Bananda que se revelou uma assídua leitora de, até então, dois posts.

segunda-feira, 12 de outubro de 2009

Das desventuras de um futuro motorista

Antes de começarmos, vou presenteá-los com uma ótima aula de interpretação daquelas que só uma Faculdade conceituadíssima de Letras pode me ajudar a fazer. A primeira coisa a se fazer numa interpretação é ler o título. E o que o título acima os informa? “Que você vai contar sobre sua autoescola” vocês me responderão. E sim, não deixa de estarem certos. Porém, há algo mais nisso tudo. O ponto-chave da questão: a palavra ‘futuro’. Sim, é exatamente a concepção de ‘futuro motorista’ que permeará todo meu discurso aqui.

Partamos do motivo pelo fato de meu status de motorista ainda ser tratado com tal distância temporal. Assumo aqui parte da responsabilidade. Poderia muito bem ter feito autoescola assim que completei dezoito anos, como todo bom garoto torcedor de Fórmula 1 venderia o rim para fazer ao soar da 18º primavera. Acontece que eu odeio Fórmula 1. Não possuía a minha volição para começar a dirigir, tampouco haveria um carro do qual eu pudesse desfrutar. Pra que então tirar carteira?, minha mente ainda adolescente indagava. Deu nisso. Em segundo lugar, culpo meu anjo da guarda por ter me feito nascer no Brasil, quando tenho certeza que muitas outras criancinhas nasceram no dia primeiro de outubro de 1988 nos EUA ou em qualquer país mais avançado. Em terceiro, e mais importante, culpo meu querido e amado DETRAN.

Quando decidi entrar nessa benção, no ano passado, não pude começar quando quis, pois fazia estágio na época e os horários não batiam. Na época – ah, que saudades dela -, o número de hora-aula para a prova teórica era de 30 (ou 35, não me recordo) horas. Hoje em dia são 45. Daí você pensa “Pô, bacana. Tão se preocupando em formar motoristas mais preparados”. Mais preparados MY ASS! Quem já passou por essa provação sabe: aquela merda não deveria durar nem 15 horas que dirá o triplo disso. Não há conteúdo nenhum a ser dado. E o pior: você é ensinado por alguém frustrado da vida. Sim, porque eu não consigo realizar que alguém acorde um dia e pense “Meu sonho é ser instrutor do DETRAN”. Quem tá ali na sua frente lendo (sim, não sei como foi com vocês, mas a minha amada professora – e logo, logo conto o motivo de tanto amor – só fica lendo aquele livro cheio de erros ortográficos e gramaticais) não tá ali porque quer, ele/ela tá ali porque num deu pra nada nessa vida, nem pra passar no concurso público de gari que agora tá exigindo até prova escrita (?????).

Se ainda fosse só isso, juro pra vocês, tava bom. Aliás, tava ótimo. Três horinhas do meu dia lendo livro, estudando pra prova da faculdade e mais um bando de coisas úteis que eu não faria em casa tendo um computador funcional ao meu alcance. Há a pior parte da história: o tal do sistema de digitais. Sério, é muito chato ter que se levantar a cada hora para passar o dedinho no leitor e provar que você esteve ali naquele purgatório. E ainda fica pior. Aposto que ninguém aqui teve uma instrutora que tomasse banho de banheira na água sanitária (porque só pode ser isso que aquela mulher faz – a digital dela demora milênios para passar). A desculpa dela é que ela usa produtos de limpeza para limpar a mansão em que reside, sendo necessário portanto que alguém mais educado que eu apresente àquela doce senhora um artefato comuníssimo chamado luva. Minhas aulas terminam – vã inocência – às 7 da noite. Teve um dia que eu sai de lá depois de sete e meia porque o dedinho da simpatia não entrava para ela fechar a aula e a gente ser liberado. Ainda um pouco pior que isso foi perder duas aulas porque a santa enfiou o dedo no ácido sulfúrico e ficou quarenta e cinco minutos tentando fechar uma aula o que acabou tomando o horário da outra aula e nenhuma das duas contabilizou. Naquele dia, confesso que quase me tornei umbandista na esperança de dar a ela o que ela merecia sem ser preso por isso (nada contra umbandistas, acho ótimo).

Eu sou realmente uma pessoa muito inocente pois achei que esta tinha sido a pior coisa que poderia me acontecer naquele ambiente sem Deus. Na semana que passou – minha penúltima antes de conseguir minha vaguinha no Céu -, fui contemplado com a maior de todas as alegrias: descobrir na quarta que quatro horas de aula que eu tinha feito na terça não foram para o sistema do DETRAN porque, abre parênteses ficcional, a virgem daquela secretária ficou vendo site de pornô sadomasô na internet, pegou vírus e, fecha parênteses ficcional, e o computador teve um problema. Resultado: não querendo ficar um dia a mais do previsto (aguardem fogos cruzando o céu na noite desta sexta), fui obrigado a faltar faculdade na sexta-feira e marcar outras duas aulas pra esta quinta. E desculpa se alguém tem parente instrutor do DETRAN, mas meu ódio por essa raça tá demais. Fim.

Conclusão final: o que deveriam ser apenas 45 horas de puro aprendizado instituciono-mecânico-legal acabaram de tornando mais de 50 horas que não desejo ao meu mais odiado inimigo – e isso me torna uma pessoa mais infeliz com o mundo em que vivo do que normalmente já o sou.

PS: quero deixar um beijinho na bochecha de cada um dos meus 3 únicos leitores que comentaram na primeira postagem.

quinta-feira, 8 de outubro de 2009

Do título da obra

Bom, em todos os infinitos anos que tenho de vivência internética, jamais tive paciência para contar todos os blogs que tive. Primeiro, porque não caberiam nos dedos da mão (o que por si só já teria que me dar o trabalho extra de recolher gravetos para servir de referência 'digital'*); segundo, porque a simples ideia de reviver meus textos pré-Faculdade de Letras me dão uma certa turvez na visão que prefiro não agravar; terceiro, porque tal contagem nunca será, como espero já terem percebido, finita.

Ok, neste momento desta nossa conversa, ou melhor, do meu monólogo (já que não ouvirei a opinião de vocês enquanto não comentarem e muito me surpreenderei se houver mais de 3 pessoas diferentes comentando), vocês já conhecem certas características do blogueiro (odeio essa palavra - explico outro dia) em questão. Vamos lá: o cara é preguiçoso, o cara é maneta, o cara faz Letras - conclusão final: ALF+F4.

Portanto, se ainda estão me lendo (e espero que os 3 gatos pingados dos comentários deste post ainda estejam) fiquem sabendo de uma informação relevante: não sou maneta. Saibam ainda mais: os fatos citados no parágrafo acima não são, de longe, motivos suficientemente bons para que deixem de ler tão malfadado blog. A razão pela qual não devem lê-lo é a seguinte: ele não durará mais de um mês. Sim, é com pesar no coração que venho lhes informar que além de preguiçoso e fazer Letras, sou inconstante. A gama de ideias e peripércias que pretendia contar aqui no meu 'mundinho' não farão sentido e tampouco interessarão a vocês. Tenham fé quando lhes digo: minha vida não é movimentada. É, aliás, bem banal.

Não, não tenham pena de mim. Odeio que tenham pena de mim, juro. Se estiver com pena de mim, feche agora essa janela e me poupe desse sentimento vil.

Bom, recobrando-me...

Como ia dizendo, este blog não durará mais de um mês. A começar pelo fato que eu disse acima, a passar pela minha preguiça e a terminar no meu fatorial desenvolvimento de desinteresse pelas coisas que faço. Sim, não tenho comprometimento (mais uma qualidade para sua lista mental de defeitos que tenho), nenhum, algo que se pode notar pela utilização deste layout semipronto de natureza extremamente new age que o blogspot me ofereceu. Não venham aqui toda semana esperando uma nova postagem. Não me mandem scrap, e-mail, som de MSN, DM de Twitter ou comentários por aqui para que eu poste. No máximo, façam comentários triviais e acariciem meu ego para que eu tenha aquilo que os leigos chamam de... como é mesmo?... ah, sim... criatividade.

Enfim, prometo terminantemente uma bela e maravilhosa postagem daqui uma semana sobre as estripulias desta minha vidaloca ou, quem sabe, pensamentos neofilosóficos sobre o transcendentalismo russo da década de 60 no pós-Guerra.





Se depois de todo esse texto introdutório, você chegou até aqui, vangloriado leitor, acredite: contabilizo-o como um leitor ganho. Parabéns, você passou no teste.